Decoração
Na borda do tempo estão os meus sonhos
Que os senti tão curtos quanto a minha paciência
Entrelaçados por armadilhas das experiências que vivi
Que quase não os reconheço no chorume do seu egoísmo
Tenho, oeste, todos os medos do mundo
Trago, no leste, todas as rotas que me guiaram na subida
Vejo, no norte, uma distração
Encaro, o sul, como minha sina
Perdida entre demandas da instabilidade de quem se equilibra no talvez
Vencendo tormentas que me movem para a incerteza
Num destino que nunca se mostrou clareza
Só simplista
E isso foi o bastante quando eu só queria ser pequena
Mas é desconfortável agora que me sinto enorme
Porque parece que nascemos da mesma árvore, mas só eu amadureci
Deixei de depender de estímulos naturais e sobrevivi
Enquanto você não consegue brotar suas flores sem ter alguém pra te regar
Não consegue guardar energia numa estação atípica
É planta de sala de estar
Eu sou erva daninha
Praga que resiste a todo tipo de intervenção
Recobro minha existência pela infestação
Do meu brotar, nem que seja para ninguém não me admirar
Só pra não deixar de acreditar.
10. Mayo. 24.
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