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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Arca Vazia

Fazem alguns dias que você fugiu Mas não existe uma lacuna vazia Ou um espaço sem ocupação Tratei de dar-te aquilo que me oferecia Consegui, quando soube o preço das minhas lágrimas E a raridade dos meus momentos de alegria Te recusei quando você também disse não Assim, parelhas Sem esperar demais do início E me arrumando todos os dias pra aguardar o final Ah, os finais... Os finais eram sempre sobrevida e valorização do ego Respaldados por essas músicas que não mais quero escutar Crescentes como os hábitos que você me ensinou E inconstantes como seu humor Mas nunca tiveram fim É estranho esses dias revelarem uma interrupção Daquilo que a gente nunca quis nomear Não dosou Não se esforçou Desgastando o que não tínhamos e o que marcou a ausência Paciência Qual profeta da atualidade constrói aquilo que não sabe o que é? Começamos nossa história, rima pobre , como uma Arca de Noé Acreditando num ímpeto sem fundamento Nos protegem

Fala

Das notas que a rodeiam É o silêncio como enigma Que move meu anseio Lá por dentro o que te doma? Retoma em mim o que permito Domina em si o que não evito E canta Recita Artista Em cenas inacabadas e enredos dúbios Mas ah, esse seu cinema mudo Que eu cega, ainda não interpretei Conte pra mim a história de sua trama Narre aqui a ação do seu medo Escreva no papel meu reconforto-diário Entregue sua ficção que eu vagueio ao seu lado.