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Mostrando postagens de abril, 2014

Salve Lupita

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"Bonita, sim. Mas não a mais bonita" O que faltou, em Lupita, para ser vista com admiração? Pra ter a aceitação daqueles padronizados Será que fugir desse percalço ditado É afrontar demais a sua identidade em evidência? - Bonita, não falta nada em Lupita! Falta os seus olhos cerrarem seu costume Sua boca, não proferir chorume E suas palavras não expressarem essa inveja deformada Que em Lupita, nada falta Nem a presença de sua alienada opinião. "À Lupita Nyong'o e a todas as Lupitas do mundo" 23-04-2014 Willyane de Paula

O ciclo dessa saga

Você voltou com uma leveza de tarde fresca Forte e sacudindo a poeira Tornando todo o outono, uma pintura E eu, que estava murcha por dentro, renasci no seu coração disparado Naquele abraço apertado, como quem diz: Eu não vou sair daqui E eu não espero mais das horas o que encontro em seu olhar A calma branda de uma vida nova nessa novidade antiga que teimamos em não aceitar Resignar-se Reajustar-se Re-amarmos, naquele mar, que nos chama, assim que a primavera chegar. Sobre a previsão do tempo, que fiz ao você ir. 22-04-2014

Sobre esses cachos

Mulher cacheada só não é mais enrolada que o meu cabelo Eu não vou me prender e me perder nessa cabeleira Que escorrega como caracol, por voltas, e nunca se esgueira Falaram que eu encontraria a tranquilidade Disseram que nesses cachos, tem liberdade E o que passa é que eu só me encaixo se não deslizar nas suas ondas Sem me enroscar em suas pontas afiadas para me espetar Quando acordei, estavam lá eles enrolados Alguns presos, outros dramatizados que se espalhavam pela minha cama Drama maior não foi distingui-los Minha onda é curta, rápida e repetitiva E eu deveria saber que só pelo seu enfeite Essas curvas longas e seguidas Denunciavam meu mal querer "Elas já têm volume demais pra querer dividir o coração enrolado em si mesmas." Uma vez uma pouco cacheada me envolveu em sua loirisse Disse que a paulistinidade, paulistineava longe de Minas E esses Gerais clamaram em sua ruivisse E meu ideais se perderam na cretinice Disse: - Dos longos aos curtos

Para quando reler-me

Vinte e dois, a idade que eu não imaginava, e que só tinham aqueles mais velhos do que eu. A maturidade me vem com uma simplicidade merecedora de pouca atenção e afirmação. Nunca na história dessa mente, buscou-se tanto que esse corpo se auto afirmasse na sua individualidade medida, na sua independência erguida, com o aprendizado de dizer não. Disse não a solidão acompanhada, da necessidade falseada, e da dependência por obsessão, e o que almejava era somente o encontro satisfatório com esse momento de dizer: Eu sobrevivi. Se a lógica seguir, esse 22 par, essa idade que casa com anos pares, são os encontros mais parelhos que o meu coração descobre. De um 21 agostino , um 20 carnavalesco, que venha um 22, mesmo que grotesco, cheio de si, na beleza dos maus momentos, os encontros com maus exemplos, enquanto há tempo de distingui-los.  A piada que acompanha o número, vem-se fazer no meu porto inseguro de minhas origens, e tudo cresceu, desenvolveu, foi e voltou. Aquilo que tem que fica

Dias de mentira

Mais tarde, eu achei aqui um fio embolado Símbolo isolado da trama entre a madrugada e o dia Mais tarde o sorriso entrega a memória Que grita corpo afora O segredo embutido no coração trancafiado Quando você chega, ele se torna refém E o guardo onde você não pode ver E o meu olhar perdido não vêm-se enganar Quando a respiração falta E a fala emudece Atrás das grades ele se enaltece desse sede de amar. Quando você vai, ele está dormindo e enganado por meus instintos Mas uma vez me cobra satisfações Não aceita o prazer sem ele E quer matar a minha racionalidade com a súbita sede de saudade E quando volta, ele se apronta Pensando que é a hora Acreditando ser sua senha E eu, novamente o engano Fecho os olhos ao seu encanto Para que assim, ele não te veja. Mad. L ( 1º de Abril, hace mucho tiempo)