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Mostrando postagens de julho, 2016

Para florir

O ipê acima do seu todo particular, coroa o reinado de seu coração, onde só ela impera. Se torna imponente, marca e história Casos, percursos rasos, quedas e vitórias O que permeiam as linhas inscritas em seu conto fantástico São heroísmos sísmicos, abalados por súditas vilãs Fizeram-lhe florir na cor rosa primaveril E nem chegou o outono para cortarem os seus galhos de forma hostil Se não fosse protagonista do seu próprio brilho, se não tivesse raízes espalhadas nesse chão, não me alcançaria regar-te o fundo, a parte mais importante de sua imensidão. Suas flores renascem, é só saber cultivar. Rego-lhe e entrego-me como meio de recompensar Aquelas que se encantam por sua transformação mais frágil, não estarão à par De que o mais bonito que você possui, é a imponência de sua mente firme, e sua essência quando flui revelada por seu timbre.

Quando renasce

Poderia trazer café Água Cerveja Poderia cair o dia Levantar sol Fluir o vento E ancorar a distância O que a alma sente, tem gosto puro, próprio e seguro Que ressoa o coração Esvai lembranças Planta expectativas Nutre e dá sobrevida Sabor de alma livre E pés ancorados Luz do dia no amanhecer do verão E dia cinza, frio e nublado Sentir o gosto, o cheiro novo O tato instintivo O coração contraindo Sensações de uma terça sensitiva, um olhar furtivo e um beijo efusivo.

Arde como Lima

Mais da metade da minha força eles tomaram Não pediram, não avisaram Chegaram e me derrubaram Passaram uma rasteira na minha confiança Cuspiram na minha auto-estima Violaram meu idioma Levaram o pouco que eu sorria O sonho a ser conquistado Os séculos para a libertação do meu povo escravizado Com uma ordem só Travaram-me com um nó Que ainda está preso na minha garganta Calaram minhas vitórias Menosprezaram minha história Me barraram de alcançar mais glórias O portão fecha na minha cara Mas abriu uma ferida crônica na alma O descaso aturdiu minha esperança Talhou meu sangue como veneno E corre latejando pelos meus pés Que se arrastaram de volta ao meu país - Mas não era isso que você sempre quis? Como eu desejaria ser intrusa no mundo? Como alguém saberia que a cor é um passaporte No filtro social que o preconceito impõe? Como eu acreditaria Que para ser cidadã do mundo só o meu conhecimento não bastaria? A noite é uma insônia E o dia é sagacidade de i