Constantes da minha inconstância

Agora que poucos minutos nos separam, eu quase invadi a sua casa ontem no meio da noite. Pensei em ir, colocar todo esse sentimento pra fora, gritar meus medos nas suas dúvidas e tatear desejos na sua nuca. Eu quis invadir o seu espaço como você ocupou o meu. Chegou e fez morada, mas daquelas que desmontam fácil, pra ir embora é num pulo. Mas fez morada de passagem. Eu, boa anfitriã, sempre recebo bem as visitas, você, nem sempre. Talvez por eu não ser visita e sim inquilina, que ocupa o tempo, a vida, a rotina. Eu penso em ser residência, mas sou casa de passagem. Você pensa só em hospedar. E se um dia os quartos estiverem ocupados e não ter mais lugar para você ficar?

Preparei o café Era mais fácil do que preparar a vida Essa que já anda tão despegada dos objetivos Mas café é bom Se você não vier, eu ainda poderei aproveitá-lo E se esfria, não acho ruim café requentado Ruim é amor sem reciprocidade Mensagem sem resposta Dar sem volta Café esquenta O que não quer dizer que você não fazia isso Mas não é tão extenso o meu pavio Se apaga, queima, derrete, o que há por dentro? Mesmo frio eu me contento com o sabor que vou sentir O pensamento que vai ficar quando em mim isso explodir - Eu havia preparado café pra você ficar. Mas posso tomar essas duas xícaras postas que elas me deixem mais dispostas Pra reajeitar a vida que você terminou por bagunçar. Mad. L