Meu tempo de cura

Causalidade da casualidade


Talvez eu viva agora o carma que tanto me fez murchar
A inversão de papéis, onde eu quebro corações
Pena que a vítima não foram as assassinas
E você tenha que pagar por isso.

Talvez eu também levei a culpa do erro de alguém
E te confesso, foram inúmeros erros.
Não estou assim por escolha da prosa
Fiquei assim por falta de poesia

Na verdade, sempre resta a carne e a razão
Que incendeia, aflige e nos deprime
A solidão, agora, é só um crime doloso
Despretensiosamente, eu escolho estar só
Não que sejas má companhia
Não que meu dia não se alegre com sua vinda
Mas eu não floresço mais com luzes artificiais.

E se saio estreando em muitos espetáculos
E se em minha cama permeiam casos efímeros
É que o meu tempo se desgastou num passado dolorido
Que nem as suas mãos conseguem curar.


Mad W.L.
11-03-2014

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