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O tempo é constante em me desconstruir
Eu aprendi esse idioma do desejo, sem me inserir nos contextos em que ele se constroi
Eu li sobre o amor até consumir todas as fontes
Bebi todas as doses de desejo que surgiram
Me embriaguei para ocultar-me da insanidade de tentar seguir em par
Mas me perseguiam os estados solitários
Os invernos tênues
E os verões libidinosos
E em nenhum livro, instantes, e tempos, foi-me alertado sobre o que me consome
Eu degladio meu peito quase com sadismo de quem sabe que aquilo que quer não existe
Por agora, me acomoda a crença de que há muitas vidas
E me acalma os astros sobre a minha estreia no mundo
E eu deambulo como me ensinaram, tentando que o acaso me note
Mas agora reclino:
- Se existe quem não a queria, aqui em cores anuncio que a espero para uma visita
Meus costumes e minhas histórias
Meus ouvidos e minha memória
Pra guardar os novos contos que vamos escrever
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Me lanço e me retoma o mesmo instante de ceticismo
Pois essas rotas que cruzam meu caminho
Vão de encontro a lançar-me em seu destino.


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