Quem nos vê?
Morreu outra negra
Amava outra mulher
Se vestia como queria
Era seu direito
É o nosso direito
Mas a casa grande ainda cumpre aquele dever
Aquele devir de não nos deixar ir
Ela cobra com sangue a raiva que tem da nossa liberdade
Ela cobra com a vida, a nossa fragilidade
Morreu outra mulher negra e pobre
Não há comoção
Não há jornais
Nem pessoas mudando a foto de perfil
Essa luta não as pertence
E você ainda quer que eu não seja hostil?
Você ajuda a tirar a minha vida
A limitar meus passos
Aumentar minha ferida
Mas essa luta não é sua
Essa cor só te pertence em fantasia
Ou na falsidade de ver-se como desconstruida
Você não ama meu corpo negro
Pra você não faz diferença
Eu tenho que ignorar anos de sobrevivência em prol do seu achismo igualitário?
Tenho que me calar, diante do seu ditado atrasado
"o racismo está nos olhos de quem vê"
Pena que você sempre está de olhos vendados para o meu ser.
Em memória de Luana Barbosa
Amava outra mulher
Se vestia como queria
Era seu direito
É o nosso direito
Mas a casa grande ainda cumpre aquele dever
Aquele devir de não nos deixar ir
Ela cobra com sangue a raiva que tem da nossa liberdade
Ela cobra com a vida, a nossa fragilidade
Morreu outra mulher negra e pobre
Não há comoção
Não há jornais
Nem pessoas mudando a foto de perfil
Essa luta não as pertence
E você ainda quer que eu não seja hostil?
Você ajuda a tirar a minha vida
A limitar meus passos
Aumentar minha ferida
Mas essa luta não é sua
Essa cor só te pertence em fantasia
Ou na falsidade de ver-se como desconstruida
Você não ama meu corpo negro
Pra você não faz diferença
Eu tenho que ignorar anos de sobrevivência em prol do seu achismo igualitário?
Tenho que me calar, diante do seu ditado atrasado
"o racismo está nos olhos de quem vê"
Pena que você sempre está de olhos vendados para o meu ser.
Em memória de Luana Barbosa
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