Sobre conhecer o amor
Quando nascemos, muito se fala em "você tem muito pra conhecer". Ontem eu conheci a dor. Eu poderia ter conhecido a injustiça, mas seria pleonasmo ignorar essa velha conhecida. Mas ontem, eu conheci a dor de uma forma injusta. Não bastasse tudo na vida, ou melhor, mais uma parte do "muito pra conhecer" sendo descoberto. A gente não se prepara para o pior nunca. Não são textos, não são economias, não são planejamentos, sentimentos ou poesias que te enchem de conhecimento para estar preparado para o que há de vir. Nos romantizam e seguimos romantizando o viver, e ao mesmo tempo que devemos estar atentos, o que seria de alguém que está armado para receber o ataque a qualquer momento? Seria eu há um ano atrás.
Se ontem eu conheci a dor, você me mostrou o amor. Você que nada pedia (ah, sim, pedia comida que não podia, pedia pra sair, pedia pra brincar, pedia pra eu te encher o saco, pedia pra eu me afastar, e ia dormir nos pés da cama, porque meu corpo é muito quente, pedia colo, pedia pra eu deixar você esganar os pombos da Praça Sete, pedia pra eu te levar onde quer que eu fosse, pedia pra ir ver a vó e o vô, pedia pra ir correr na UFMG, pedia pra não tomar banho nem cortar as unhas) eu queria você me pedindo isso pra sempre.
Eu falo que conheci o amor, porque eu não sabia que eu ainda poderia me importar tanto com alguém. Você me deu responsabilidade, carinho, e um motivo para deixar vícios, pessoas e momentos. Saber que eu tinha que voltar para estar com você, que eu tinha que dedicar o domingo só pra gente, nem que fosse pra ir na pracinha te ensinar a me trazer o graveto de volta. Você teve uma infância feliz. Viajou, desbravou e me amou, isso eu tenho certeza.
Eu tô conhecendo a dor da forma mais difícil, a dor da ausência. Não estamos acostumados a ficarmos longe um do outro, e é por isso que eu te trago em meu coração, aqui dentro. Onde você ainda me pede todas as manhãs pra acordar e ver como o dia sempre esteve mais lindo quando você estava ali.
Eu posso ter muito pra conhecer ainda, mas do amor eu já tenho algo pra recordar.
Nos vemos pronto, hijo!
Se ontem eu conheci a dor, você me mostrou o amor. Você que nada pedia (ah, sim, pedia comida que não podia, pedia pra sair, pedia pra brincar, pedia pra eu te encher o saco, pedia pra eu me afastar, e ia dormir nos pés da cama, porque meu corpo é muito quente, pedia colo, pedia pra eu deixar você esganar os pombos da Praça Sete, pedia pra eu te levar onde quer que eu fosse, pedia pra ir ver a vó e o vô, pedia pra ir correr na UFMG, pedia pra não tomar banho nem cortar as unhas) eu queria você me pedindo isso pra sempre.
Eu falo que conheci o amor, porque eu não sabia que eu ainda poderia me importar tanto com alguém. Você me deu responsabilidade, carinho, e um motivo para deixar vícios, pessoas e momentos. Saber que eu tinha que voltar para estar com você, que eu tinha que dedicar o domingo só pra gente, nem que fosse pra ir na pracinha te ensinar a me trazer o graveto de volta. Você teve uma infância feliz. Viajou, desbravou e me amou, isso eu tenho certeza.
Eu tô conhecendo a dor da forma mais difícil, a dor da ausência. Não estamos acostumados a ficarmos longe um do outro, e é por isso que eu te trago em meu coração, aqui dentro. Onde você ainda me pede todas as manhãs pra acordar e ver como o dia sempre esteve mais lindo quando você estava ali.
Eu posso ter muito pra conhecer ainda, mas do amor eu já tenho algo pra recordar.
Nos vemos pronto, hijo!
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