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Mostrando postagens de dezembro, 2015

Sabe o que sou?

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Sabe o que eu sou? Aquela que não se cala Pois já nasceu silenciada E aprendeu a falar Aquela da cor perseguida Do mérito não considerado Da batalha perdida E que aprendeu a se levantar Sabe o que sou? Aquela que incontesta o contestável Que leva nas mãos os calos que se formaram pra eu chegar até aqui O que sou são as cicatrizes O que falo e o que vejo E não será mais um senhor e seus desejos Que limarão o corte do meu facão Que com suas cobras quer envenenar-me a carne E se auto-flagela em seu desejo E se queres ser meu inimigo, aviso: - Tenho Oyá, aqui comigo. Mad. L

Economia

Morro... Morro... Tudo tem que subir Será o ensaio da subida ao céu? O prefácio e carma de gastar os dias A disposição A sandália Em sempre chegar acima? Corro   Sopro   Me encolho Escorro E morro

Você merece

Nada mais justo essa fartura de corpos Essa quantidade de mãos E essa intensidade de bocas Nada mais justo meus lençóis gastos Meu beijo sem identidade E minha memória sem saber as contas A quantas anda a minha ficção por amar? A quanto tempo não me perco E só vou onde meu tédio não vá se queixar? Não queira que eu insinue que sua vida é bem vinda na minha A quem eu dei, foi recusado Não pense que só isso, de fato, me faça sentir-te noutro dia São só matérias da minha biografia Esse livro sem capa que eu mesma destruí Essas linhas borradas que eu mesma risquei Páginas amargas que eu mesma rasguei. Não repita. Permita minha ida Meu choro, minha loucura Permita meu silêncio, meu tempo Meu isolamento Não pedirei permissão para que entendas meus vícios Nem direi não, se queres comer meus resquícios A carne que provares já sabes pode te envenenar Procure o seu antídoto quando eu não puder te salvar.