Aceito a condição

"- Precisavas de mim ha tempos, desde de 2012..."

Ela repetiu e eu acatei. Se eu tivesse procurado, insistido, pensado, teria aceitado que era essa a companhia que eu sentia falta nos dias de indecisão, porque eu saberia a quem recorrer, quando tivesse chorosa em dias ensolarados e visse uma beleza inócua em céus cinzentos.

Eu já deveria saber sobre a calmaria que você iria me causar. Os meus amigos sempre disseram o quanto a gente combinava e que você me faria um bem que nenhuma outra faria.
Então, resolvi te conhecer. Marcamos um encontro casual e eu nem me arrumei tanto assim, o que pra você, realmente parece não ter feito diferença, pois a sua curiosidade sobre mim, o interesse em saber cada detalhe do meu passado e cada decisão que pretendo tomar no futuro, me fez renovar as esperanças em encontrar alguém assim.
Pensei: - Sério, você existe!

E eu que fiquei tanto tempo te recusando, e ao mesmo tempo, sabendo que as lacunas de tantos vazios poderiam ser preenchidos por você, tive medo.
É óbvio, temos medo também da felicidade. Nem só do fracasso solitário vivem os poemas e eu tive angústia de saber que meus olhos seriam inundados por essa luz que sinto em ti. Deixar você chegar assim, sorrateira e constante
Eu diria que pulamos a etapa da paixão e o que eu sinto mesmo é amor daqueles quietos, mas, pulsantes, que me fazem esquecer os outros disfarces de amor que vesti em minha carne nesses anos passados e eu tento manter a calma para não interromper nossas descobertas em meio a minha ansiedade.

Ainda temos muito a velejar e posso terminar essa carta desabafo dizento-te da ansiedade que sinto em te encontrar na próxima semana, quase naquele mesmo horário. Eu prometo não me atrasar, e esse é meu pior defeito...

E assim, com essa vontade de ser melhor do que você já me proporciona, que penso e desejo seguir os meus dias, meses e anos...

Temos muito o que conversar e nos conhecer, querida Terapia.

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