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Mostrando postagens de janeiro, 2013

In te'n'são

Tô mais confusa que pintor de aquarela Que não sabe a arte que ela usou para me cegar Pintou um túnel na ansiedade de respostas E eu tô agora é torta pra você me endireitar! Quando de noite a razão me pergunta, Não respondo, estou muda pras dúvidas da minha insônia. E removo, aquela pintura velha, Que me encarcerou numa cela, que nem trancada estava. Se merecemos o amor que achamos básico E um dia eu desfaço os planos que escrevia Você remove a tinta envelhecida E me trás pra tua vida antes do meu alcool secar. Willyane Costa 30.01.2013 Sete Lagoas

Afonso

Dê-me uma bebiba pra esquecer Dê-me um cigarro pra eu ser clichê Apague a luz da rua Não feche as cortinas pra eu ver o escuro Pra sentir algo mais inseguro quanto eu A rua não luziu mais os faróis E os postes se mantêm de pé, mesmo descartados - Inutilize essa carta antes de entregar Entenda e leia a despedida desse romance lunar Em fases, mais incertas, no final nada cresceu em mim Minha criança, ainda lua nova desistiu de que Os astros conspirassem para você me ver E agora o ciclo é só repetição da queda - Ao menos pague minhas bebidas com qualquer moeda E agora meu ciclo é pensar, que há um eclipse no lugar aonde irei te receber Pois nunca enxerguei sua mão estendida em meio das vidas que desencarnei.

Teus ouvidos cegos

Eu estou do lado e de dentro Que você não pode enxergar Eu estou te vendo e entendo Esses olhos fadados de tanto expressar O que vem do seu medo O que emerge da ansiedade Linhas que a saudade não pode pisar Mas com toques leves Na palavra sem sentido Se não escutas, eu repito: - Te quero salvar. Que essa inconstância Morte da esperança Com esse amor, se possa anular. Willyane Costa Sete Lagoas, 2013

Ha-que-aqui

Se você está gritando que ama,  já nao há sintonia em meus ouvidos, pois nao a escuto. Se você está sentindo essa chama,  "ha-que" estou congelada pra calentar Se você sussurra, eu nao vejo Se você escreve, eu nao leio - Tudo se repara no encontro. Mas se eu nao te vejo, entao como, alcançarei seus sentidos dentro, e ai? É o tempo que aproxima e aperta É o passado que geme e me cerca De sentidos ambíguos sem responder Mas a incerteza é mais forte que seguir - Mas talvez eu faça somente por mim E vou escutar nessas linhas um sentido final. Willyane de Paula Montevideo, 06