Capítulo I
Tudo parecia irreal...
Sai, e só entao tomei nota que nao tinha comido nada além de galletas agua y sal, enquanto minha alma estava amarga. Chegaria atrasada para meu compromisso, era o último dia...foi o último dia "da gente", porque você nunca esteve comigo. Queria chocolate, mesmo nao gostando tanto, agora que percebi que comprei daquele que você mais gostava. Tudo estava em mim, o que éramos.
Uma fila enorme, 15 minutos encarando o chao, 64 pesos, un caramelo de menta/mentira e queria fumar pra pensar que eu estaria morrendo mais rápido pra isso passar rápido. Tanta demora pra atender...mas eu nao tenho mais do que correr. Meu tempo agora é só meu. Desisti de comprar.
Tomei o ônibus sem olhar comprei a melhor expressao que tinha na banca da 18 de Julio num camelô. Ele disse que se eu cuidasse bem, podia durar algumas horas. Tudo bem. Eu só precisava por duas horas pra ir pra aula e nao encarar perguntas. Vi de relance o nome de ônibus, se nao entendia em portugues, sua língua, imagina a minha, a minha cabeça onde está?
Nao me importei com os olhares corriqueiros, se eles se importam em me reparar, nao sou eu que direi nao, que vou brigar, que vou evitar.
Chovia. E isso podia se confunfir com lágrimas e deixar todo mundo em dúvida. 10 minutos no ônibus e minha màscara estava durando. Nao sei se era porque eu "mirava" o chao, ou se o produto era chinês, mas tinha qualidade. Um túnel...as luzes passando rápido me fizeram despertar que eu estava chegando...pra onde eu estava indo mesmo? Quando me perdi? Quando me perdeu?
Desci e a chuva aumentou. Uma mae quase caiu por nao conseguir equilibrar o paraguas e o bebê. As vezes nao conseguimos equilibrar os opostos do mundo e temos que escolher. Você escolheu, e eu democrática, vou aceitar.
Caminhei no automático...fazem quase três meses que faço o mesmo trajeto. Fazem quase três meses que deu largada ao início do nosso fim. Escrever nosso me da asco. Eu agora sou minha.
Inevitável...pensei nos carros indo tao rápido, seria tao fácil deixar de viver...de sentir. Mas infelizmente espírito nao morre e eu ia sentir da mesma forma.
Cheguei à aula, atrasada como nos últimos três meses, aliás, ha um ano e seis meses que minha vida atrasou, parou no tempo só pra te esperar. Só de sacanagem, disse Ana, que a gente vive. Entrei na aula e parecia outro mundo, era novidade pra mim essa coisa de andar só. Mais uma vez Ana, tudo parece maior. Até acho que vou pintar minhas unhas e meu cabelo de vermelho...
Porra!
A máscara do camelô nao adiantou. Nao evitei olhares curiosos das amigas de clase. Eu queria ver minha cara, mas quando me olhei no espelho, quase vomitei por ter que carregar minha mente tao facilmente enganada, mas eu tinha que voltar.
Insuportável.
Como ter uma aula de psicologia depois de uma tragédia dessa? Você ouvir falar sobre condicionamentos e você condicionada a evitar lágrimas toda vez que minha mente insistia em pulsar essa história outra vez, e meus olhos, sem controle, derrubaram grito em choro. Aquela sala estava me comprimindo...eu precisava do mar. Sair sem dizer hasta. Tomada por uma falta de educaçao incrível. Tinha que passar por um corredor que nao terminava nunca, nada termina assim. Parei na primeira venda, comprei o pior cigarro, isqueiro, tudo em automático, cambaleando pela rua...quis beber. Clássico!
Uma pena a máscara nao ter funcionado. E tive que encarar perguntas. As respondi. Nao tenho nada a esconder. A vendedora, brasileira, me desencorajou a isso. Nada adiantava. Andei pela rua pra chegar na Praça da Bandeira. 1, 2, 3 cigarros. E ali mesmo no ônibus comecei a tomar. Era doce e fez confusao com minha vida amarga. Nao me sentia digna de toma-lo. Pela janela, a 18 de Julio nunca pareceu-me tao cinza, pensei: Mad. L voltou. Essa é a sua cor.
Demorou.
Eu estava impaciente para ver o mar. Desci proximo. Senti o vento me impedindo de algo, custando a andar. Farrois, de carros e do mar. Barcos que me iludiam. Tentava chegar perto mas era impedida pelo vento, deve ser pra evitar que jogue...
Olha só Éolo e Poseidon disputando quem tem mais força sobre mim. Nao escolhi nenhum. Minhas escolhas agora serao pensadas mais de sete vezes, pra nao gastar meses com desmerecimento ...
"Segue o vento sob minhas asas, eu nao mando mais em nada, sei que é alto, mas eu vou pular..."
Sai, e só entao tomei nota que nao tinha comido nada além de galletas agua y sal, enquanto minha alma estava amarga. Chegaria atrasada para meu compromisso, era o último dia...foi o último dia "da gente", porque você nunca esteve comigo. Queria chocolate, mesmo nao gostando tanto, agora que percebi que comprei daquele que você mais gostava. Tudo estava em mim, o que éramos.
Uma fila enorme, 15 minutos encarando o chao, 64 pesos, un caramelo de menta/mentira e queria fumar pra pensar que eu estaria morrendo mais rápido pra isso passar rápido. Tanta demora pra atender...mas eu nao tenho mais do que correr. Meu tempo agora é só meu. Desisti de comprar.
Tomei o ônibus sem olhar comprei a melhor expressao que tinha na banca da 18 de Julio num camelô. Ele disse que se eu cuidasse bem, podia durar algumas horas. Tudo bem. Eu só precisava por duas horas pra ir pra aula e nao encarar perguntas. Vi de relance o nome de ônibus, se nao entendia em portugues, sua língua, imagina a minha, a minha cabeça onde está?
Nao me importei com os olhares corriqueiros, se eles se importam em me reparar, nao sou eu que direi nao, que vou brigar, que vou evitar.
Chovia. E isso podia se confunfir com lágrimas e deixar todo mundo em dúvida. 10 minutos no ônibus e minha màscara estava durando. Nao sei se era porque eu "mirava" o chao, ou se o produto era chinês, mas tinha qualidade. Um túnel...as luzes passando rápido me fizeram despertar que eu estava chegando...pra onde eu estava indo mesmo? Quando me perdi? Quando me perdeu?
Desci e a chuva aumentou. Uma mae quase caiu por nao conseguir equilibrar o paraguas e o bebê. As vezes nao conseguimos equilibrar os opostos do mundo e temos que escolher. Você escolheu, e eu democrática, vou aceitar.
Caminhei no automático...fazem quase três meses que faço o mesmo trajeto. Fazem quase três meses que deu largada ao início do nosso fim. Escrever nosso me da asco. Eu agora sou minha.
Inevitável...pensei nos carros indo tao rápido, seria tao fácil deixar de viver...de sentir. Mas infelizmente espírito nao morre e eu ia sentir da mesma forma.
Cheguei à aula, atrasada como nos últimos três meses, aliás, ha um ano e seis meses que minha vida atrasou, parou no tempo só pra te esperar. Só de sacanagem, disse Ana, que a gente vive. Entrei na aula e parecia outro mundo, era novidade pra mim essa coisa de andar só. Mais uma vez Ana, tudo parece maior. Até acho que vou pintar minhas unhas e meu cabelo de vermelho...
Porra!
A máscara do camelô nao adiantou. Nao evitei olhares curiosos das amigas de clase. Eu queria ver minha cara, mas quando me olhei no espelho, quase vomitei por ter que carregar minha mente tao facilmente enganada, mas eu tinha que voltar.
Insuportável.
Como ter uma aula de psicologia depois de uma tragédia dessa? Você ouvir falar sobre condicionamentos e você condicionada a evitar lágrimas toda vez que minha mente insistia em pulsar essa história outra vez, e meus olhos, sem controle, derrubaram grito em choro. Aquela sala estava me comprimindo...eu precisava do mar. Sair sem dizer hasta. Tomada por uma falta de educaçao incrível. Tinha que passar por um corredor que nao terminava nunca, nada termina assim. Parei na primeira venda, comprei o pior cigarro, isqueiro, tudo em automático, cambaleando pela rua...quis beber. Clássico!
Uma pena a máscara nao ter funcionado. E tive que encarar perguntas. As respondi. Nao tenho nada a esconder. A vendedora, brasileira, me desencorajou a isso. Nada adiantava. Andei pela rua pra chegar na Praça da Bandeira. 1, 2, 3 cigarros. E ali mesmo no ônibus comecei a tomar. Era doce e fez confusao com minha vida amarga. Nao me sentia digna de toma-lo. Pela janela, a 18 de Julio nunca pareceu-me tao cinza, pensei: Mad. L voltou. Essa é a sua cor.
Demorou.
Eu estava impaciente para ver o mar. Desci proximo. Senti o vento me impedindo de algo, custando a andar. Farrois, de carros e do mar. Barcos que me iludiam. Tentava chegar perto mas era impedida pelo vento, deve ser pra evitar que jogue...
Olha só Éolo e Poseidon disputando quem tem mais força sobre mim. Nao escolhi nenhum. Minhas escolhas agora serao pensadas mais de sete vezes, pra nao gastar meses com desmerecimento ...
"Segue o vento sob minhas asas, eu nao mando mais em nada, sei que é alto, mas eu vou pular..."
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