Cinza e outras cores


Um mundo cinza não é um mundo sem vida. É um mundo incrivelmente aberto que pode ser combinado com qualquer cor. Uma vida-cor neutra que não é triste nem feliz, não é cheio nem vazio, não é pouco nem demais, é simplesmente ele. Em sua maior simplicidade, está ali sem incomodar; universal. 
Acontece que por ser uma cor meio-tom, e o vermelho, o amarelo e o laranja serem tão fortes e vibrantes, mas que tem dentro deles máscaras para calhar em determinada ocasião, que acionam a tristeza e o carma do cinza. Eu falo de cores e pessoas. Eu deixei de ser o vermelho vibrante que colori corações com paixão falsa. Eu deixe de ser o amarelo chamativo, porque a minha essência interior que quero que as pessoas amem. Eu deixei de ser verde renascimento, por que viver em coloridos Disney me levam ao buraco negro do preto, tão chafurdado na demência que nem conseguiria mais enxergar. Nem branco, porque a paz que almejo é mais utópica que a mistura de todas as cores representarem nada além do que  a minha bandeira política. Eu agora sou cinza. Combino com todas as cores que quiserem fazer moda nova comigo. Sou cinza, por que fico bonito até sozinho. Sou cinza, porque sou neutro se não me perguntarem, sou cinza mais feliz, por que aprendi a me aceitar cinza e aprendi que cinza mesmo depois de queimado, não desaparece; não renasce, claro, mas sou o que aparece quando me queimam, um cinza neutro, incapaz de esquecer, mas que aprende com a destruição e disfarça  na unidade do tom da minha vida. 
A cinza depois do mal não desaparece. Sou cinza, nunca esqueço e não demonstro mais minha fraqueza depois que você usou dela, porque não queimarei novamente. Cinzas e cinza, cores e sobras...As sobras de um mal. Incógnitas. Pergunte-as, não as tente adivinhar. Você não sabe aonde as cinzas vão quando alguém as assopra. 

Mad. L

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