Sina do norte


Abriu a porta, despiu-se de tanto pano
Afugentou, inundou, saiu por engano.
Da cachaça vívida pura, sem precedentes.
Amedrontou-se, se irritou com tanta gente.
~
Pra esquentar a vida boêmia disfarçada
Ajoelhou-se, observou pela calçada.
O belo, bom e justa vida tranquila.
Se mandou, aninhou-se numa matilha.
~
Daquelas esbeltas, o malandro do samba.
Que chega, causa, ignora toda moçada.
De dentro da roda, não quis nada, que lhe acalma-se o prazer.
~
Não dormiu, desistiu de tanta vontade.
Era novo, antropológico para sua idade.
Sentiu que com a nega iria se desculpar.
Esquecer daquela noite em que ela se irritara.
Dos seus atos, vícios, aprendido dentro ao norte. 
Vales, lagos, da serra do espinhaço.
Mas já era um tanto velho pra se livrar da sina.
Maldição incorporada; 
foi morar em Diamantina.




Willyane de Paula

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