Espelho


Julga a injúria e a glória
Julga a culpa e a escória
Julga o medo e aptidão      
Julga ferro, medo e noção.

Julga o julgo do primário
Sem julgar o julgamento que pensou o secundário
Tantas “Julgas” e julgados que não cabe mais colocação
No final, todos julgaram sempre os mesmos cidadãos.

Que no espelho refletem sermos nós.

Julgará só por julgar
Que conjugados por toda vida
Como um verbo sem cessar
Sem cansar de armadilhas
De conceitos, de aceitos.
E suspeitos desatentos
Que sem mais sem se julgar
Julga o credor sem conhecimento.

Willyane de Paula
Diamantina, 2011

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