Aquário
Eu saí da margem, da beira da lagoa, para conhecer o mar Com os pés fincados e moldados da argila, eu, peixe em cativeiro, quis sentir a porosidade da areia em minha pele. Dei assas aos meus pés para ir mais longe, onde seria Pacífico desaguar meu eu de água doce Fiz barragem na saudade Que de conter, deixou seco o coração Agora eu, peixe fora d'água, me desando entre estar aqui e ser lá Talvez, do pranto, também se fizeram desidratados os meus sonhos E se não mergulho, não saberei se já aprendi a não me afogar Foi um passo longo? Nada que eu, presa nesse aquário, não possa reinventar