Atou-me

O cheiro ficou na roupa
A voz ecoou no peito
O tato sentido coloquial
E o gosto sentido oblíquo

A imagem nítida no pensamento
De trejeitos que eu me confundo
Sendo a ânsia inimiga do fato
Que me consome o árduo infortúnio

A voz emudece no sono
Onde sonhos repetem o instante
Do despertar difuso em conflito
De esperar onde caibo em seu ciclo

Eu troco a saciedade pelo sorriso.
E troco o instante por momentos vagarosos.
Nas curvas que te delineiam eu sigo seus passos.
Para o final do meu ensejo ser o encontro de seu abraço.

E assim me esmero e espero retorno
Me recolho e aguardo os dias.
Sei que tranquilidade, de ti, não terei
Pois ages, em mim, como uma dança que inebria.



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