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Mostrando postagens de novembro, 2016

Urbana

Nessa cidade grande Deixei bem pequeno o espaço que você ocupa Há tantas quadras para me perder Tanto perigo a correr Que a segurança de saber seu endereço E quase sem esforço me tornar o seu medo Me fazem estática, imóvel, apática. E assim eu sigo pelas ruas Meio com pressa, meio turva Mas sem ser inteira É que você incendeia minha razão Toma o riso, previsa o choro Que eu sei que percorro Mesmo longe de te avistar.

Atuação

De todo o enredo da noite, esqueceram de avisar que os sonhos são fomentados por instantes Aqueles com muitas cores, que enxergo mesmo com os olhos fechados de encontro à sua boca Foi mais um martírio do tempo O enredo de um romance E uma peça da vida Que imitou o mundo toda a arte que te rodeia E guardo aqui uma cópia do seu sorriso E tenho em mim o seu cheiro brando, que acalma De tudo encenado, esqueci de contar-lhe que eu atuo com o coração e mente céleres Entre dramas e alegorias Misturando fatos, noites e fantasias.

Expectativas

E se eu for de peito aberto Desnuda de roupas e momentos Apagando instantes no tempo Que eu não sentia nada além do que a minha carne cobrava? E se eu for sem esperar o ápice, sem almejar encaixes que teremos que nos forjar em histórias? E se estiver plena como um rio, que inunda e me reclino na maré que seu estar me devaneia? Se eu chegar disposta a redescobrir como age meu corpo em ti, quando você me tateia? Se eu te der o mais sincero momento O desejo mais cordial que há tempos eu construo em minhas orações? Se eu alcançar um pouco do seu total oculto, derrubar o seu luto e reescrever o início dessa coincidência? Pra me lançar no seu tempo e espaço, seu profundo e seu raso Eu reescrevo enredos e trovas Pra ter além da memória Imortalizada em minha história.