Constantes da minha inconstância

Se eu tiver que fazer jogo pra te conquistar Essa partida, nem da arquibancada eu quero ver Bola pra outra Bateu na trave Eu nem vou arriscar Ver pênalti aos 45 minutos é pra quem gosta de sofrer Eu não quero entrar nesse teu time Me joga pra escanteio Não quero a prorrogação Tiro de canto, matou o peito, bateu firme E quem apita esse fim, sou eu, juiza da minha própria razão.

- Libra é fogo! Arde com a sua permissão Queima com a sua omissão Libra é ouro É moeda Roda na mão de todos Se perde nas vielas Libra é arfante Oxigênio nos pulmões Cheiro novo nas manhãs Libra é ar Incendeia minha brasa E eu queimo em minha própria desgraça Pagando caro seu valor profano. Sua liberdade dialética Seu carma nessa estética Do coração sempre se quebrar Estabelecido no mesmo lugar.

Tenho a leveza de um sono na tarde em brisa O sorriso frouxo do café no paladar no frio E dentro o cheiro de folha seca e grama molhada Me contenho com o que é meu, e contemplo o céu Por dentro borbulham planos Por fora, se expande em cânticos E a voz altívaga o timbre que retumba com o peito, o som que acalma a alma É assim o gosto do sossego O pulmão cheio E o olhar leve As mãos vazias, sem anseios O pés pro alto, vagando o tempo Com as borboletas que saíram de dentro E me levaram para voar.